quarta-feira, 13 de junho de 2018

tributo a ti, querida J.

demorei a conseguir chegar a ti.
tu eras discreta, meiga, simples e parca em palavras. ouvi-te tantas vezes dizer obrigada e não me lembro de te queixares.
tinhas a tua cruz e não te ouvi queixar que era pesada.
no leito da morte, continuavas a reagir alegremente à voz da tua filha: "oh filha..!" lembrar-me-ei sempre da forma terna como entoavas estas palavras. 
gostavas de ler, de gin, de vinho do porto.
Obrigada por me ensinares a silenciar a dor e a fazer caminho!

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