tinha medo de tocar e ser tocada.. depois aprendi que fazer uma festa no rosto pode muitas vezes ser o beijo não dado ou as palavras não ditas. aprendi a gostar de cada um, aprendi a querer-lhes bem e a fazer tudo para que possam estar melhor.
ainda pauso muitas vezes e questiono a utilidade do meu trabalho e chego à conclusão que é por todos eles que faz sentido a luta diária, as dores de cabeça e as lágrimas vertidas em silêncio.
dói sempre que mais um parte, mas fico sempre um pouco mais rica e preenchida como pessoa. desta vez foi a M. que do alto dos seus noventa anos partiu. estive ao seu lado na hora da Santa Unção e acompanhei-a no seu funeral, guardando a máxima da minha avó que devemos acompanhar as pessoas.
ficam palavras curiosas ditas por ela: "olha lá o que ela é de esperta" quando contrariei a sua pouca vontade de comer e "a doutora feita à pressa".. ficam mais lembranças "sente-se aqui um bocadinho a fazer-nos companhia". uma mulher de génio e que gostava de levar a sua ideia até ao fim. fica também o testemunho das filhas presentes no seu leito de dor, querendo sempre tudo o que a mãe tinha direito.
Obrigada M. pelo testemunho de luta e amor ao dom da vida.
ALMA do Lat. anima s. f., parte incorpórea, imaterial do ser humano; conjunto das faculdades intelectuais e morais do homem; espírito. PELE do Lat. pelle s. f., tegumento externo que reveste o corpo humano e o de muitos animais, constituída, no homem, por duas camadas distintas, a epiderme e a derme. in texto editores
quarta-feira, 18 de março de 2015
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